Foto: Divulgação A alface BRS Mediterrânea também se destaca pelo vigor no crescimento vegetativo, sendo, em média, sete dias mais precoce que as cultivares comerciais no mercado |
Duas cultivares de alface serão apresentadas pela Embrapa na 25ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, que acontece em Holambra/SP, de 20 a 22 de junho. As alfaces BRS Mediterrânea e BRS Leila, do tipo crespa de folhas verdes, são resultados do esforço da pesquisa para entregar ao setor produtivo cultivares mais adaptadas às condições ambientais ocasionadas pelas mudanças climáticas.
Elas apresentam tolerância ao florescimento provocado pelo calor, uma qualidade importante devido às elevações de temperatura nas regiões produtoras e ao cenário de mudanças do clima. “Altas temperaturas antecipam o florescimento da alface e, nessa etapa, ocorre a produção de látex que vai conferir à planta um sabor amargo. Por tolerar melhor o calor, essas cultivares têm florescimento tardio”, explica o pesquisador Fábio Suinaga, coordenador do programa de melhoramento genético de alface da Embrapa Hortaliças.
Essa característica também pode ser interessante do ponto de vista do escalonamento da produção, já que o mercado consumidor demanda o produto fresco durante todo o ano. “Quando comparada a cultivar de alface crespa mais plantada no Brasil, por exemplo, a cultivar BRS Leila resiste, em média, 10 dias mais ao calor antes de iniciar o florescimento”, estima Suinaga.
Já a alface BRS Mediterrânea destaca-se pelo vigor no crescimento vegetativo, sendo, em média, sete dias mais precoce que as cultivares comerciais no mercado. Mesmo em condições de temperatura superior à faixa de temperatura ideal de cultivo, as plantas atingem o tamanho comercial desejável no momento da colheita. A precocidade também está associada à menor demanda hídrica da cultivar, que contribui para a sustentabilidade do sistema de produção, e à intensificação do uso da área, que antecipa a disponibilização do produto para o mercado consumidor.
Adaptação e resistência
A adaptação das cultivares de alface às condições tropicais é um fator positivo já que essa espécie é originária de regiões de clima temperado e, por isso, ficam mais suscetíveis a doenças. A cultivar BRS Mediterrânea apresenta boa resistência à doença de solo causada pelo fungo Fusarium, o que contribui para a menor necessidade de aporte de agrotóxicos nos cultivos da alface, um benefício para o ambiente e para o consumidor, já que a principal forma de consumo são folhas frescas.
A alface BRS Leila apresenta ampla adaptação aos diferentes tipos de cultivo, sendo mais indicada para ambiente protegido e produção hidropônica, devido ao formato cônico. Em sistemas hidropônicos ou cultivos protegidos, por exemplo, as temperaturas mais elevadas dentro das casas de vegetação favorecem o florescimento precoce, que limita a produção. Por isso, a cultivar apresenta bom desempenho nesses sistemas, justamente por sua maior tolerância ao calor.
Parceria no desenvolvimento
As cultivares de alface foram desenvolvidas por meio de contrato de cooperação técnica em parceria com a empresa Agrocinco, que está licenciada para a comercialização de sementes, nos termos da Lei de Inovação Tecnológica (lei n° 10.973, de 2 de dezembro de 2004). Os interessados em adquirir sementes devem entrar em contato pelo e-mail agrocinco@agrocinco.com ou pelo telefone (19) 3879-6787.
Serviço
25ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas
Quando: 20 a 22 de junho – das 9h às 19h
Onde: Recinto da Expoflora (Al. Maurício de Nassau, 675 – Holambra/SP)
Fonte: Embrapa
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