Foto: Thiago Cesar |
Da agricultura à medicina, o solo
desempenha papel vital para a segurança alimentar mundial, redução dos efeitos
das mudanças climáticas, aumento da produtividade no campo e promoção da saúde
humana, área em que este recurso natural tem dado vastas contribuições como
fonte de antibióticos. Os benefícios oriundos de pesquisas com solo resultaram
em medicamentos para uma das doenças mais temidas e agressivas, o câncer.
Estudiosos internacionais apontam
que 60% dos medicamentos aprovados contra o câncer entre 1983 e 1994 são
originários do solo, assim como 60% dos fármacos aprovados entre 1989 e 1995,
além de ser a base de 78% dos agentes antibacterianos aprovados. O caso mais
conhecido da contribuição do solo na saúde humana é a descoberta da penicilina,
o primeiro antibiótico de todos os tempos e uma das maiores descobertas da
medicina.
A penicilina, produzida por um
tipo de fungo do gênero Penicillium, de ocorrência comum no solo, em frutas
podres e pão estragado, foi o primeiro passo para a utilização de fungos na
produção de medicamentos.
Outro microrganismo que tem sido
responsável por 80% de todos os antibióticos é do gênero Streptomyces, que
habita o solo, principalmente, e é responsável pelo característico cheiro da
terra molhada.
Para Martin Neto, o desafio de
manter e aumentar a produção e qualidade de alimentos, a chamada segurança
alimentar, é um dos desafios da humanidade para as décadas futuras.
O pesquisador diz que esses são
temas prioritários na agenda da Embrapa e que as duas unidades de São Carlos -
Instrumentação e Pecuária Sudeste - já desenvolvem programas integrados para o
uso sustentável dos solos. Ele esclarece que o painel proposto será uma
contribuição ímpar, de ter o professor Charles Rice, um dos maiores
especialistas de solos dos Estados Unidos e também do mundo, abordando o quão
significativo são os solos para a segurança alimentar e outros aspectos,
incluindo para a saúde humana.
A Embrapa Instrumentação, por sua
vez, que vem disponibilizando novos métodos de análises automáticas de solos e
plantas e vai apresentar resultados recentes com uso de técnicas de óptica,
entre outros métodos espectroscópicos para estudos dos solos em geral.
“Produzir alimentos, fibras e
bioenergia de forma sustentável para atender à crescente demanda é um dos
maiores desafios atuais. Entre as alternativas da agricultura é a
intensificação dos sistemas de produção agrícola e a redução dos impactos
ambientais”, diz Bernardi.
Segundo ele, os sistemas de
integração lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de produção
agrícola com base na intensificação sustentável. “Estes sistemas integram as
culturas anuais, as árvores e pecuária numa mesma área e na mesma safra, com
vários benefícios ambientais, econômicos e sociais”, lembra o pesquisador.
Fonte: Embrapa
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