sexta-feira, 10 de agosto de 2018

SAÚDE DO SOLO IMPACTA NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E DE MEDICAMENTOS

Foto: Thiago Cesar
Da agricultura à medicina, o solo desempenha papel vital para a segurança alimentar mundial, redução dos efeitos das mudanças climáticas, aumento da produtividade no campo e promoção da saúde humana, área em que este recurso natural tem dado vastas contribuições como fonte de antibióticos. Os benefícios oriundos de pesquisas com solo resultaram em medicamentos para uma das doenças mais temidas e agressivas, o câncer. 

Estudiosos internacionais apontam que 60% dos medicamentos aprovados contra o câncer entre 1983 e 1994 são originários do solo, assim como 60% dos fármacos aprovados entre 1989 e 1995, além de ser a base de 78% dos agentes antibacterianos aprovados. O caso mais conhecido da contribuição do solo na saúde humana é a descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico de todos os tempos e uma das maiores descobertas da medicina.

A penicilina, produzida por um tipo de fungo do gênero Penicillium, de ocorrência comum no solo, em frutas podres e pão estragado, foi o primeiro passo para a utilização de fungos na produção de medicamentos.


Outro microrganismo que tem sido responsável por 80% de todos os antibióticos é do gênero Streptomyces, que habita o solo, principalmente, e é responsável pelo característico cheiro da terra molhada.
Para Martin Neto, o desafio de manter e aumentar a produção e qualidade de alimentos, a chamada segurança alimentar, é um dos desafios da humanidade para as décadas futuras.

O pesquisador diz que esses são temas prioritários na agenda da Embrapa e que as duas unidades de São Carlos - Instrumentação e Pecuária Sudeste - já desenvolvem programas integrados para o uso sustentável dos solos. Ele esclarece que o painel proposto será uma contribuição ímpar, de ter o professor Charles Rice, um dos maiores especialistas de solos dos Estados Unidos e também do mundo, abordando o quão significativo são os solos para a segurança alimentar e outros aspectos, incluindo para a saúde humana.
A Embrapa Instrumentação, por sua vez, que vem disponibilizando novos métodos de análises automáticas de solos e plantas e vai apresentar resultados recentes com uso de técnicas de óptica, entre outros métodos espectroscópicos para estudos dos solos em geral.
“Produzir alimentos, fibras e bioenergia de forma sustentável para atender à crescente demanda é um dos maiores desafios atuais. Entre as alternativas da agricultura é a intensificação dos sistemas de produção agrícola e a redução dos impactos ambientais”, diz Bernardi.

Segundo ele, os sistemas de integração lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de produção agrícola com base na intensificação sustentável. “Estes sistemas integram as culturas anuais, as árvores e pecuária numa mesma área e na mesma safra, com vários benefícios ambientais, econômicos e sociais”, lembra o pesquisador.

Fonte: Embrapa

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