Foto: Fernando Dias/SEAPI Usina deve produzir 100 m³/dia de etanol hidratado com grãos do cereal híbrido de trigo e centeio |
O Rio Grande do Sul pode começar a produzir
combustível a partir de triticale (cereal
híbrido obtido com o cruzamento do trigo e do centeio) em 2020. A novidade é um
investimento da Usina Social Inteligente (USI Biorrefinarias), que firmou
intenção com o governo do Estado, nesta quinta-feira (9), para instalar uma
biorrefinaria em Campo Novo, na região do Celeiro. O projeto é estudado e
acompanhado pela Sala do Investidor, da Secretaria do Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect).
A intenção é
instalar uma usina para produção de 100 m³/dia de etanol hidratado carburante a
partir de grãos do cereal híbrido em parceria com cooperativas do município em
áreas rurais onde não há cultivo de inverno. Além disso, conforme o protocolo
assinado, a USI Biorrefinaria produzirá também 46,5 toneladas/dia de ração
animal.
Uma vez que o
Estado importa todo etanol consumido pelos gaúchos para produção e
desenvolvimento, a proposta é mudar essa realidade com uma tecnologia que
possibilita a produção a partir do triticale, planta típica do Celeiro.
"Esse é
um projeto piloto, que se inicia por Campo Novo, utilizando num primeiro
momento uma área de 20 mil hectares de triticale. Acreditamos que este vai ser
um projeto modular, onde utilizaremos algo em torno de até 400 mil hectares no
futuro, fazendo com que o Rio Grande do Sul se torne autossuficiente na
produção de etanol", projetou o agrônomo e presidente da USI
Biorrefinaria, Francisco Mallmann.
Para a
secretária Susana Kakuta (Sdect), o trabalho complementa três questões
essenciais para o estado: 1) a necessidade de modernizar os setores
tradicionais da economia; 2) a autossuficiência energética; e 3) investimento
em inovação e oportunidade para o cultivo, que gera emprego e renda. "É um
projeto absolutamente novo e isso pode ser que venha a ser replicado em outras
regiões para criar mais oportunidades", afirmou.
O
diretor-presidente da Cooperativa Tritícola Mista Campo Novo Ltda (Cotricampo),
Gelson Bridi, falou sobre a importância do investimento para os produtores.
"Somos nove mil associados e mais de 70% são da agricultura familiar. Por
isso, vemos esse projeto como um grande incentivo para toda a região",
disse.
Próximos passos
Conforme a
diretoria da empresa, o plano de negócios já foi concluído e os próximos passos
são obter a licença ambiental de instalação, estimada para 2019, e de operação,
em 2020. O investimento deve ser de R$ 70 milhões. A USI Biorrefinaria também
já fechou parceria com uma empresa multinacional norte-americana que ficará
responsável pela distribuição do combustível.
Também participaram da reunião o diretor da Sala
do Investidor, Adriano Boff; a representante da Secretaria do Desenvolvimento
Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Luciana Mendes; e o diretor administrativo
da USI, Gilberto Andrés.
Fonte: Governo do Estado do RS
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